sábado, 4 de dezembro de 2010

BRASIL TERÁ ELÉTRICO DE AUTONOMIA ESTENDIDA, O MMR CITY



Quando surgiram as primeiras notícias sobre esse carro, ele ainda se chamava MMR-1. Poderia ter tanto um motor elétrico quanto um de moto, mas os tempos acabaram exigindo uma outra abordagem. “O MMR City vai nascer exclusivamente elétrico, só com peças nacionais”, disse Nicola Monaco, fundador da MMR Motorsport, especializada na criação de automóveis em fibra de vidro. Pois é, o nome vai ser City. E, no final, ele será elétrico, mas com uma ajudinha de motores a combustão. Será o primeiro elétrico brasileiro com autonomia estendida (opcionalmente). E vem também em versão picape, a Work, furgão, a Work CR (de Capota Rígida), e van. Com o mesmo nome: Work Van. 

As quatro versões de carroceria já estão desenhadas, tudo com a ajuda do software Catia, que ajudou Monaco a calcular pesos, dimensões e peças que o novo veículo usaria. A carroceria será de plástico reforçado com fibra de vidro e de curauá, uma planta aparentada do abacaxi, fornecida pela Pematec Triangel. A estrutura é tubular tanto para ela quanto para o chassi. Os MMR terão tração traseira e receberam cálculos cuidadosos para distribuir bem o peso. Na parte de trás ficam o motor e seu controlador (antes do eixo). No meio, sob os bancos, vão as 12 baterias tracionárias de chumbo-ácido, fornecidas pela Tudor. Na dianteira, o estepe e o gerador, movido a álcool, combustível que não está sujeito a envelhecimento, como a gasolina, além de ser mais correto do ponto de vista ambiental, já que ele não incrementa a quantidade de gás carbônico na atmosfera. Apenas devolve o que a cana retirou dela. 

Como Monaco ressaltou no começo, o carro será todo construído com peças nacionais. O para-brisa será o mesmo usado no Fiat Mille. Os vidros laterais serão feitos sob medida. Os faróis serão os do VW Fox atual, enquanto as lanternas traseiras serão as mesmas usadas no VW Polo Sedan. Não inteiras, mas a parte que vai instalada nos para-lamas do sedã da marca alemã. Espere por peças nacionais também no interior, com bancos, volante esportivo e mostradores Cronomac. Com o emblema MMR.

No que toca à Fiat, além do para-brisa do Mille ela emprestará ao carro também as suspensões, independentes nas quatro rodas. Atrás, o carro terá semi-eixos e juntas homocinéticas, o que deve garantir um comportamento dinâmico mais previsível, sem a cambagem variável dos derivados do Fusca. Quando airbags se tornarem uma exigência legal, os MMR devem incorporar volantes da Fiat com o componente. Freios a disco nas quatro rodas também devem ajudar a parar os MMR em espaços tão curtos quanto os próprios carros. 

Só com a carga das baterias, o City pode percorrer até 100 km e atingir a velocidade máxima de 100 km/h, segundo a MMR. É o que o motor Voges de 10 cv permitirá para o urbaninho de 650 kg e 2,60 metros de comprimento. “É possível colocar um motor mais forte, mas a autonomia seria muito sacrificada”, disse Monaco. Com o gerador movido a álcool, o carrinho pode ter uma autonomia de até 300 km. Ele é acionado automaticamente pelo controlador do motor elétrico. Basta que as baterias atinjam apenas 30% de sua carga. O controlador, criado pela NPR Eletrônica, também auxilia as baterias com um sistema de regeneração de frenagens. 

A picapinha, com vocação para o trabalho, terá um motor Voges mais forte, de 15 cv. Não só porque ela pesará 700 kg, mas também por sua capacidade de carregar até 400 kg (370 kg na versão CR e 350 kg na Van). Para ter mais espaço de caçamba, a picape também é 30 cm mais comprida, com 2,90 metros, todos eles inseridos no entre-eixos, que passa de 1,80 metro no City para 2,10 metros na Work. 

A MMR pretende ter um protótipo pronto para rodar em janeiro do ano que vem, mas já aceita encomendas para todos os modelos pelo e-mail mmr-motorsport@uol.com.br. A princípio a empresa diz que poderá atender a uma demanda de encomendas de até 20 unidades por mês. O MMR City tem preço estimado em 46000 reais, o que inclui, além do que já descrevemos, rodas de liga leve de aro 14, pneus 175/65 R14 e três anos de garantia no veículo (as baterias e o sistema de tração ainda não tiveram seus períodos de garantia definidos). A direção é mecânica. A Work custará 52000 reais, a Work CR, 54000 reais e a Work Van, 56000 reais.




FONTE:http://quatrorodas.abril.com.br

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