terça-feira, 5 de março de 2013

(Urgente)Funcionários do transporte coletivo fazem paralisação em Mogi.

Motoristas querem reajuste e benefícios.

Trabalhadores do transporte coletivo municipal, de Mogi das Cruzes, paralisaram os serviços às 2h desta terça-feira (5). Os funcionários disseram que mais de 200 motoristas e cobradores tinham aderido ao movimento. Por volta das 10h30 havia vários ônibus parados no Terminal Estudantes, mas alguns trabalhavam normalmente.

A CS Brasil, responsável por parte das linhas municipiais, informou às 10h43 que dos 129 ônibus que operam em Mogi das Cruzes 25 estavam parados. Ainda segundo a empresa, cerca de 5% do quadro de motoristas deram início à paralisação parcial, sem apoio do sindicato da categoria. Discussões estavam em andamento para a normalização do trabalho.

A Prefeitura de Mogi das Cruzes disse que a manifestação era de funcionários da empresa Unileste, de transporte intermunicipal, mas que alguns funcionários da CS Brasil, responsável por linhas municipais, aderiram ao movimento. Ao contrário do que disseram os funcionários, a prefeitura informou que foram registrados apenas atrasos na saída de 12 ônibus municipais. Por causa da falta de energia na sede da administração municipal, causada por um acidente, não foi possível verificar em quais linhas houve o problema. Ainda de acordo com a prefeitura, não havia linhas fora de circulação por volta das 9h30.

Os motoristas envolvidos na paralisação informaram que uma minoria da Princesa do Norte, que também opera no sistema municipal, estava sem trabalhar. Nenhum representante da empresa foi localizado pelo G1.
Transtorno
Às 10h20, a movimentação de manifestantes e passageiros era grande no Terminal Estudantes. A operadora de telemarketing Carina Prado disse que chegou 5 minutos atrasada e perdeu uma entrevista de emprego por causa da paralisação. "Fiquei mais de 30 minutos esperando e os ônibus também estão andando bem devagar."
"Quando o ônibus chega está tão cheio que a gente não consegue entrar", reclama a empregada doméstica Josélia de Almeida. Ela tentava ir para o distrito de Jundiapeba e disse que seguiria viagem de trem ou a pé.

O cobrador Leandro Beozzo veio da capital com a família para passear em um sítio e foi surpreendido pela manifestação. "Agora vou ter que gastar para pegar táxi", lamentou.
Reivindicações

Os motoristas e cobradores querem aumento salarial de 500 reais para que a remuneração fique equivalente aos salários de profissionais da capital. Eles também querem benefícios, como pagamento de horas extras, cesta básica e folgas e disseram que o movimento não está relacionado com o sindicato.
O motorista Justo Mariano de Brito Neto, que aderiu à manifestação, disse que os funcionários tentaram negociar com a empresa. "Desde a semana passada estava avisado que pararíamos na terça-feira e não houve negociação."

De acordo com os trabalhadores, às 2h, apenas 50 funcionários tinham aderido ao movimento, mas, às 5h, depois de um acidente envolvendo dois ônibus na região central de Mogi das Cruzes, vários outros também decidiram parar de trabalhar. Segundo os trabalhadores, os motoristas que se envolveram na batida provavelmente estavam correndo para cumprir o prazo estipulado pela empresa para a troca de turno.

A CS Brasil disse que os dois motoristas que se envolveram no acidente tinham começado o expediente meia hora antes e, por isso, não iriam trocar de turno. Sobre a paralisação, a empresa informou que negocia com os colaboradores para que eles retornem as atividades. Ainda disse que está deslocando outros motoristas para que os ônibus parados voltem a circular.
Motoristas ainda disseram ao G1 que com a lei que regumenta o trabalho de motoristas, houve redução nas horas extras e, consequentemente, na remuneração. Por isso, eles queriam reajuste. A CS Brasil, que também faz parte do consórcio Unileste de transporte intermunicipal, informou que "adotou os procedimentos para garantir cumprimento total à nova Lei do
Motorista (Lei 12.619/12), de modo que nenhum destes profissionais exceda os limites de horas trabalhadas recentemente estabelecidos. Foram contratados mais profissionais e feitas apresentações para todo o contingente de motoristas sobre as novas determinações legais."

A Prefeitura de Mogi das Cruzes informou que representantes da CS Brasil foram convocados para uma reunião ainda nesta terça-feira, mas o horário não foi definido. O objetivo é cobrar que a empresa adote medidas para evitar problemas ao transporte público e que o usuário não seja prejudicado.

Fonte:TV Diário

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