Motoristas querem reajuste e benefícios.
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Trabalhadores do transporte coletivo municipal, de
Mogi das Cruzes, paralisaram os serviços às 2h desta terça-feira (5). Os
funcionários disseram que mais de 200 motoristas e cobradores tinham aderido ao
movimento. Por volta das 10h30 havia vários ônibus parados no Terminal
Estudantes, mas alguns trabalhavam normalmente.
A CS Brasil, responsável por parte das linhas
municipiais, informou às 10h43 que dos 129 ônibus que operam em Mogi das Cruzes
25 estavam parados. Ainda segundo a empresa, cerca de 5% do quadro de
motoristas deram início à paralisação parcial, sem apoio do sindicato da
categoria. Discussões estavam em andamento para a normalização do trabalho.
A Prefeitura de Mogi das Cruzes disse que a
manifestação era de funcionários da empresa Unileste, de transporte
intermunicipal, mas que alguns funcionários da CS Brasil, responsável por
linhas municipais, aderiram ao movimento. Ao contrário do que disseram os
funcionários, a prefeitura informou que foram registrados apenas atrasos na
saída de 12 ônibus municipais. Por causa da falta de energia na sede da
administração municipal, causada por um acidente, não foi possível verificar em
quais linhas houve o problema. Ainda de acordo com a prefeitura, não havia
linhas fora de circulação por volta das 9h30.
Os motoristas envolvidos na paralisação informaram que
uma minoria da Princesa do Norte, que também opera no sistema municipal, estava
sem trabalhar. Nenhum representante da empresa foi localizado pelo G1.
Transtorno
Às 10h20, a movimentação de manifestantes e
passageiros era grande no Terminal Estudantes. A operadora de telemarketing
Carina Prado disse que chegou 5 minutos atrasada e perdeu uma entrevista de
emprego por causa da paralisação. "Fiquei mais de 30 minutos esperando e
os ônibus também estão andando bem devagar."
"Quando o ônibus chega está tão cheio que a gente
não consegue entrar", reclama a empregada doméstica Josélia de Almeida.
Ela tentava ir para o distrito de Jundiapeba e disse que seguiria viagem de
trem ou a pé.
O cobrador Leandro Beozzo veio da capital com a
família para passear em um sítio e foi surpreendido pela manifestação.
"Agora vou ter que gastar para pegar táxi", lamentou.
Reivindicações
Os motoristas e cobradores querem aumento salarial de
500 reais para que a remuneração fique equivalente aos salários de
profissionais da capital. Eles também querem benefícios, como pagamento de
horas extras, cesta básica e folgas e disseram que o movimento não está
relacionado com o sindicato.
O motorista Justo Mariano de Brito Neto, que aderiu à
manifestação, disse que os funcionários tentaram negociar com a empresa.
"Desde a semana passada estava avisado que pararíamos na terça-feira e não
houve negociação."
De acordo com os trabalhadores, às 2h, apenas 50
funcionários tinham aderido ao movimento, mas, às 5h, depois de um acidente
envolvendo dois ônibus na região central de Mogi das Cruzes, vários outros
também decidiram parar de trabalhar. Segundo os trabalhadores, os motoristas
que se envolveram na batida provavelmente estavam correndo para cumprir o prazo
estipulado pela empresa para a troca de turno.
A CS Brasil disse que os dois motoristas que se
envolveram no acidente tinham começado o expediente meia hora antes e, por
isso, não iriam trocar de turno. Sobre a paralisação, a empresa informou que
negocia com os colaboradores para que eles retornem as atividades. Ainda disse
que está deslocando outros motoristas para que os ônibus parados voltem a
circular.
Motoristas ainda disseram ao G1 que com a lei que
regumenta o trabalho de motoristas, houve redução nas horas extras e,
consequentemente, na remuneração. Por isso, eles queriam reajuste. A CS Brasil,
que também faz parte do consórcio Unileste de transporte intermunicipal,
informou que "adotou os procedimentos para garantir cumprimento total à
nova Lei do
Motorista (Lei 12.619/12), de modo que nenhum destes
profissionais exceda os limites de horas trabalhadas recentemente
estabelecidos. Foram contratados mais profissionais e feitas apresentações para
todo o contingente de motoristas sobre as novas determinações legais."
A Prefeitura de Mogi das Cruzes informou que
representantes da CS Brasil foram convocados para uma reunião ainda nesta
terça-feira, mas o horário não foi definido. O objetivo é cobrar que a empresa
adote medidas para evitar problemas ao transporte público e que o usuário não
seja prejudicado.
Fonte:TV Diário
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